A CONSOLAÇÃO DA DIVINDADE REAL (À DESOLAÇÃO DA SAUDADE MORTAL)
A morte vem, sem avisar, e leva,
de repente para a espiritualidade,
um forte bem, pra deixar na treva
a gente, que sente a rara saudade.
A sensação sofrível (de deixar de ter/por perto, a quem partiu permanentemente)/tão indescritível, a gerar o desprazer, /a dor do desafeto, além de viril, é deprimente.
A visita da senhora que nos leva
até algum lado oposto da existência,
sempre, na aflita hora, conserva
a fé no abençoado gosto da paciência.
Deixar de ver uma pessoa querida,
transportada para a morada da morte,/é se queixar de sofrer à toa, na vida/considerada alguma cara pancada forte.
Bem, a morte não é injusta, pois labuta sob o Comando de uma Divindade poderosa,/tem porte e a atuação duma fé robusta,/equilibrando toda a humanidade numerosa.
Tem, na dor mortal do luto,
além de um fator real e justo,
a lição que ensina a receptividade coerente/à consolação divina da saudade deprimente.
Paulo Marcelo Braga
(Salvaterra, 18/06/2025)