Paulo Marcelo Braga
A Terapia da Poesia e da Cantoria
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A VOZ DO DEUS INTERIOR

A VOZ DO DEUS INTERIOR

 

"Vós Sois Deuses!" (João 10:34)

Era uma vez um senhor mendigo,

que, de modo bem solidário,

fez o consolador favor, a um antigo

e empreendedor milionário.

 

Pensando em atentar contra a sua vida,

o ser abastado, porém tão deprimido,

perambulando devagar, sentiu a ferida

doer um bocado, em seu coração sofrido.

Parou ofegante, no poste dum cruzamento,/tentando recuperar a força que se dissipava,/acatou, num instante, um suporte do alento/de um cidadão que em seu ombro tocava...

 

Assustado, ele olhou para o ajudante

desconhecido, que lhe indagou

intrigado: "Posso lhe falar um instante?

O homem sofrido concordou.

E ouviu a história narrada, de forma poética, pelo inspirado ser, desconhecido e solidário,/que surgiu, como simplória norma médica,/de apelo acertado, ao empobrecido milionário.

 

"Vejo no seu semblante

a tristeza e a desesperança

e prevejo, neste instante,

com certeza, sua mudança.

Eu conheço em outrem

o que já senti, outrora.

E lhe ofereço um bem

que recebi, em boa hora.

No deserto, onde perambulei,

durante longa temporada,

se, por certo, eu me alimentei,

foi gratificante a jornada.

O maná, bem recebido com gratidão,

por mim, fortaleceu a minha alma.

Por lá, segui, sem gemido, em oração,

enfim, e Deus me deu força e calma.

Agora, nem sei por qual merecimento,/eu permanecerei no lugar certo que preciso./ Se outrora superei infernal sofrimento,/ deixei de andar no deserto: estou no paraíso!

Às pirraças da solidão, dei adeus.

Tenho tudinho o que sempre quis.

Graças a oração, encontrei a Deus

e me empenho num caminho feliz.

O Deus do qual eu lhe falei, em verdade,

não é o mesmo adorado pelos hipócritas

fariseus. Afinal, eu sei que sem Divindade

no coração, a esmo, eu fiz apelos idiotas.

O que me ajudou foi o Deus interno

e bom,/existente no interior de nós todos.

Ele me livrou dos fariseus e do inferno,/ do som presente no furor algoz dos engodos.

Livre-se do mal também.

Desperte, avante, levante-se sozinho.

Prive-se, afinal, do desdém

da peste, em seu triunfante caminho!"

Ao escutar as derradeiras frases/de advertência do desconhecido solidário,/ e despertar das verdadeiras fases/da sonolência que havia caído, o milionário,/que dormiu como um enfadonho miserável,/acordou disposto a seguir, com toda calma,/o ensinamento que ouviu no sonho admirável/e continuou, com gosto, a ouvir na sua alma...

 

 

Moral da história: Se cansamos

e acolhemos em nós o sono reparador,

afinal, na memória, guardamos,

se merecemos, a Voz do Deus Interior.

 

 

Paulo Marcelo Braga

(Salvaterra, 26/05/2025)

 

Enviado por AUDIOTECA VIRTUAL POÉTICA E MUSICAL DO MARCELO em 04/06/2025
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